segunda-feira, 23 de abril de 2012

Um "deitar cá para fora", um desabafo estúpido...

Não sou pessoa de ter ódio a muita gente nem de desejar mal a ninguém, mas às vezes ainda me vem à memória o inferno que atravessei nas tuas mãos.
 O tempo cura tudo é o que dizem. Pode curar, não nego totalmente essa hipótese, mas garantidamente restam cicatrizes que nunca sararão. E são essas mesmas marcas que nos mudam e que nos passam também a definir como seres individuais, por mais ruim que a experiência tenha sido.
 Garantidamente que nunca mais acreditei fielmente nos sentimentos, palavras e acções de outros. Cada movimento brusco ou repentino eram o suficiente para me fazer reviver todo aquele inferno no interior da minha mente. Todas as más palavras, todas as ameaças, todo o sofrimento. Às vezes tudo isso volta, para me aterrorizar a mente e de toda a vez que me relembro das vezes em que me metias as mãos em cima, volto a tornar-me uma pessoa mais fria e vazia.
 Conscientemente isto é uma coisa que me irá perseguir para sempre, é um fantasma do qual não me conseguirei livrar nunca, mas por um lado agradeço-te por teres morto a criança ingénua e inocente que eu era e me teres ajudado a tornar em tudo o que sou. Uma mistura de gelo com fogo. Só espero nunca mais me cruzar contigo, seja em que encarnação for.
 Gostava de um dia abrir os olhos e que tudo isto não tivesse passado de um pesadelo... (Quase 5 anos se passaram. Parece que foi ontem. Como eu gostava de ter forças para superar...)

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